Página de Walter Eudes

30/08/2023

COMO LIDAR COM DESORDENS ESTRUTURAIS?

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 03:10

COMO LIDAR COM DESORDENS ESTRUTURAIS?

Mais que a necessidade de superação de desordens estruturais, parece ser urgente às consequências imediatas de tais… Que, ao pôr -se um ordenamento ao auxílio, correção, cura de sequelas das desordens estruturais, falta material humano em pôr -se à reordenação… Que a urgência pede prioridade. Em quaisquer área de atuação humana, vão ser os efeitos imediatos que necessitam de atenção maior. Daí a desestrutura , já atuante há algum tempo, perdura… Produzindo novas urgências, mobilizando mais e mais potencial humano e técnico e segue-se um ciclo vicioso onde “não há fim” das sequelas, das consequências do(s) desordenamento(s) de estrutura…

Então, ao se confirmando origem de urgências (de várias ordens) serem de teor estrutural, é mister o indicativo de ou REFORMA, ou ANÁLISE CRITERIOSA das fissuras da estrutura a fim – se possível – de repara-las…

Na história das civilizações modernas existem periodicamente os ordenamentos de PACTO SOCIAL, norteando condutas individuais e coletivas particulares e públicas dos indivíduos, orientações a Estados em suas manifestações internas e externas. Pactos sociais são revistos. Não ao capricho de poucos indesejosas, mas justo por constatação de DESORDEM ESTRUTURAL, às vezes insanáveis, seja por impossibilidade de detectar as suas “fendas” seja por desarranjo tal que já se torna inócuas as ações de reparo às sequelas , consequências de tais desordens estruturais.

Mas não somente “pacto social”, mas também operacionalizacões diversas dentro de um Pacto já firmado outrora… Revisões são importantes! As vezes solucionam, outras vezes minimizam os danos da má estrutura… Todavia, novas formas internas , “reparo em fissuras da estrutura”, ou mesmo um novo pacto, vêem com acúmulo de experiências bem sucedidas e fracassadas anteriores e tende a serem modos mais adequados às acomodações da estrutura e seus membros… Mas, é necessário aquele olhar agudo de análise criteriosa das falhas de então, para a oportunidade do NOVO não ser desperdiçada em estabelecimento de forma apenas diferente da anterior, talvez até mais grave.

Walter Eudes

24/ago/2023

FOTO: KANDINSKY, 1923

Pode ser arte

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ACERCA DE VENERAÇÕES DO PASSADO E ESTE MESMO, SUPERADO – O CASO RUSSO

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 03:07

De fato… há uma coesa estrutura de passado que denota alguma harmonia de vivência, muita cultura, muito apoio mútuo… fracassou porém (em várias nações) tais arranjos, vez que se resumia a poucas pessoas de um grande contingente populacional…

Reflexo da industrialização, o entendimento de quê o acesso a bens é direito possível a todos e todas, também questiona-se o fausto de vida de pequenos setores da sociedade… estamos no século XIX! Onde já se havia discutido – por muitos embates terríveis – a condução do poder político maior das sociedades…

Que, se à igreja, legou-se (oxalá!!) exclusivamente à tarefa espiritual (e também moral), rompendo com o teor medieval de poder supremo do Clero, à política se legou ainda no século XVIII a orientação dos direitos amplos e do poder representativo amplo (Declaração dos Direitos do Homem (1789 – França). Parlamento Republicano).

Não mais… aquele(s) modo(s) de supremacia de poucos sobre muitos, nas antigas nações imperiais; cultas, poderosas e, em regra, opressora de boa parte do povo aleijado de tantos direitos… Não mais o supremo poder político-espiritual de quaisquer denominação religiosa… Nem tão pouco, a violência tirânica dos totalitarismos têm vez…

Que, não somente por conquista hegemônica, mas por consciência evolutiva de tantos erros e excessos do passado, cabe à Democracia encarnar a máxima da possibilidade de “PÃO PARA TODOS” – pão, cultura, saúde, saber, lazer, fé…

WALTER EUDES 29/AGO/2023

PASSADO SOMBRIO

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 03:02

Paruano vai fazer 370 anos que inventaram um modo pra: voltar pra casa os Holandeses e mercenários e seguirem nos modos exploratórios do Nordeste Brasileiro os Ibéricos. É o Tratado da Campina do Tabosa – o famoso primeiro “pega o bêco!” da historia brasileira, dito sob espada e forte cerco ao Recife. Nem rato sobrou com o cerco! A fome imperou… Tática militar usada muito pelo Império Romano por onde andava, desde antes de Cristo. Talvez a forte base latina da Ibéria tenha tido força maior de usar de táticas de eficiência ao combate do inimigo em campo de batalha… sei lá! talvez sim, talvez não. Fato é que PAROU TUDO! E deixaram os Holandeses e sua tropa o Nordeste Brasileiro.

Não havia porém, resolvida as diferenças interpretativas de sociedade, de ser humano, de Estado… Razões (não únicas) que motivaram os conflitos da época… Fato maior – provavelmente – era o interesse mercantil, financista de vários grupos econômicos da época… Eram os primeiros sinais de que o capitalismo, a ganância por riqueza econômica iria permear dali por diante toda a história… Vejam bem!… Nada faltava aos Países Baixos da época em manter-se em desenvolvimento. Era das regiões mais prósperas do Ocidente! Quer que haja motivos outros, que este redator limita-se em não afirmar, por razão de não ser da área especialista e conhecedor mesmo, de dizer que a ganância em acúmulo financista foi um dos motivadores, foi sim!!

Lógicas de “êxito”, de “Reconhecimento” e até expurgos de pecados por esforços laborativos e seus desdobramentos favoráveis, permeiam a modernidade… A questão são os LIMITES destas conquistas… Que ultrapassam os limites do necessário à sobrevivência digna e vão ao acúmulo em potencial como “estoque” de poderes/virtudes… E aí já viu né? Não tem fim a gana exploratória alheia… às vezes a utilizar-se de quaisquer recursos, mesmos os ilegais.

Bem, o Brasil encontra sua primeira infância neste grande fuzuê que o mundo ocidental vivia nos 1600.

Como interpretamos tatos interesses, ideias, poderes na nossa formação inicial??…

Sabemos que muitos, muitos holandeses (e mercenários) não resistiram aos trópicos… Deram-se conta que, talvez, toda guerra imaginável não teria “razão de ser” em terras tão ricas de natureza diversa e a ser vivida!

E ficaram.

Passado 400(quatrocentos) anos, um pouco mais de tanta batalha lá na Europa a envolver-nos cá, nos perguntamos: QUEM DE NOSSOS HELRÓIS E HEROÍNAS AINDA NÃO ESTÃO REVERENCIADOS? Porquê a eles e a elas devemos alguma memória… visto nos legaram alguma esperança de sermos povo autônomo e moderno, com nossas particularidades benfazejas e as de necessidade de superação… Diga-se, sendo nossa missigenação, das maiores virtudes que temos!

Walter Eudes

29/ago/2023

04/06/2023

UMA DIFERENÇA SIGNIFICATIVA

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 15:46

Das formas sedimentadas de vivências humanas cumpre ater-nos a variações sensíveis de uma mesma matriz referencial. Podemos perceber nas tradições religiosas cristãs grande diferença interpretativa de sentidos em passagens bíblicas, ou, percebemos linguagens distintas para um mesmo teor… Veja-se o interessante caso de Coríntios 13, nas redações cristãs – evangélicas protestantes e católica. Veja- se o que quis dizer Paulo quando se refere a , tudo ter e nada ter, se “lhe falta …”, para católicos (edição Ave Maria), a CARIDADE e para tradução evangélica (João Ferreira de Almeida) o AMOR. Bem se sabe, “caridade” é forma de amor e neste aspecto são sinônimos… Mas nem toda forma de amor é caridade.

Reside então, apenas neste exemplo aspecto claro de tanta diferença/divergência no interpretar de tão precioso texto, o Evangelho.

Naturalmente, haverá modos distintos (talvez não tão distantes) de aplicação do Evangelho…

A este aspecto percepto, nos dispomos a irmos aos originais gregos e interpretar o sentido maior do apóstolo que mais amou Cristo (Paulo, outrora Saulo e que , mesmo em tendo fervor inigualável ao Cristo não o viu pessoalmente, não lhe ouviu quando em Missão).

Assim que somo este observar a estudos futuros…

Walter Eudes

04/06/2023. 03:15

11/05/2023

POLÍTICA PÚBLICA PARA O SETOR DA CULTURA E DA ARTE EM LIMOEIRO-PE

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 13:50

Ocorreu na noite desta quarta feira 10 de maio de 2023 no auditório da antiga Rádio Difusora, sede da Secretaria Municipal de Cultura e Juventude uma escuta e palestra ao público interessado sobre os trâmites da Lei Paulo Gustavo. A palestra conferida por Feliciano Felix (conselho estadual de cultura – teatro e opera) e por Ana Paula Santana (Conselho Estadual de Cultura – Cultura Popular e Afroindigenas), contou com plateia diversa no auditório, de vários segmentos da arte e cultura local que tiveram oportunidade de aproximação às questões relativas a aplicação da Lei Paulo Gustavo.
O formato do momento, conduzido pela Secretaria Municipal de Cultura, mostrou-se característico em continuidade às práticas de gestões públicas que não referendam protagonismo primordial aos/as agentes de cultura, ao público, à população… Que é pouco estimulada a interação do público no pensar a política pública bem como construi-la… Ao que põe-nos em condição, em regra, de meros espectadores a conteúdos apresentados, Outrossim de modo claro e diverso, o momento não incorreu em maior inclusão ao refletir… Há quem busque romper com esta lógica de “mão única” e estabelecer o diálogo como referência primaz… Justo subverter o entendimento de haver sapiência, informação e conhecimento de um lado apenas das vivências – o lado que quem conduz o poder, diga -se… É forma esta, de saber contido e tido unicamente a quem o poder público exerça, equivocada e fantasiosa… Que é de todos e todas o exercício do saber e, numa construção coletiva , cada pessoa pode sim dar um contributo importante e somatório…

Suberveter esta lógica pois, é expor-se ao confronto direto com o rotineiro, normatizado e , infelizmente aceito por parcela significativa da população… A crítica genuína irá romper com a cruel exclusão a participação e interação e não somente aos momentos de plenárias, de audiências, escolta, mas por todo o processo de evolução de uma política pública significativa aos artistas e agentes de cultura… Assim, que este que redige, cineasta , pernambucano, em presença ao dito momento reflexivo/construtivo citado, sabedor do modos operandi do status quo, põe -se em atenção de “furar a bolha” do poder restrito a poucos, quando a chamada é na verdade, revestida de participação e interação: “A gente veio aqui escutar vocês também e não somente falar”, foi dito na fala de abertura e animadamente convite utilizado por mim ao final da palestra principal, quando da abertura da interação ao público… Infelizmente não foi extensiva a reflexão a outras pessoas, estando as 21:15 mais ou menos os trabalhos encerrados e durante minha fala inclusive. Só pude assegurar meu direito (e por conseguinte o direito de todas e todos) de ser ouvido em suas/nossas necessidade e disposição. Que ensaiou-se corte abrupto à minha fala que já caminhava para conclusão. Após reclamado com veemência encerrar a fala que iniciei , foi-me dada, por exigência inegociável minha, conclusão ao refletir. Modelo de reunião, de esculta que despreza estrutura detalhada de funcionamento, com participação interativa e inclusiva sem atenção maior, repita-se… Quando um simples definir de tempo de fala evitaria constrangimentos maiores.

Modos pouco democráticos quando se diz democrático por existência de edital e participação ampla; mas sem ater-se a grande grupo de artistas , coletivos de artistas, que não dispõem de um computador para realizarem inscrições e confecções de propostas, nem mesmo, às vezes, de alfabetização coesa a tanto. Parcela esta, numerosa no segmento da cultura popular e que , já a edição da Lei Aldir Blanc ficaram muitos excluídos por falta deste domínio que lhes são negados desde a infância por educação excludente e repressora … Observação esta, acolhida por Conselheiro Estadual de Cultura presente e que sugere, de pronto, possibilidade de designação de equipe contratada pelo poder Público municipal a realizar inscrições, projetos a este público desprovido de ferramentas tecnológicas e/ou escolaridade coesa à demanda. Se portal do Governo de Pernambuco, MAPA CULTURAL, a requerer conhecimentos de informática, de escolaridade coesa, de ter equipamentos básicos de tecnologia… É democrático isto?
Também sugestão dada e pouco ou quase nada considerada de haver por parte de Secretaria de Desenvolvimento Social disponibilidade de equipe ao auxílio da apresentação de prestação de contas da LPG por grupos, artistas que assim requeiram e necessitem…
Ainda, e de muita significação, o reconhecimento da arte cinematográfica como realidade em qualquer lugar do Brasil nesta segunda década do século XXI e não um luxo ou excentricidade de poucas pessoas “distantes da realidade”… Superação da insistência quase insana de supremacia de linguagem artística por outra, ignorando a cadeia produtiva do audiovisual e percebendo onde não a há, que se funde!!
Audiovisual como atenção maior… Ao menos na LPG 2023. Mas de ver-se insistência ainda de, do audiovisual utilizar-se como meio de se chegar à verba para outras linguagens, nem mesmo um estatuto igualdade de importância de linguagens para produtos finais – se um vídeo clip musical, onde os artistas do audiovisual, quando é destaque não maior, mas exclusivo em intuito, a músicos?

Em tônicas gerais, vê -se uma lógica competitiva suplantando a solidariedade coletiva , quando parcela significativa de público em atenção primaz às verbas , sem aterem-se as construções coletivas de defesa de valores humanistas e democráticos, de expansão da arte e da cultura em seus potenciais de linguagem, economia, inclusão. Aspectos decisivos ao amadurecer civilizatório, muitas vezes ignorados deliberadamente por quem quer manter o status quo intocável e apostar na mediocridade como referência maior ao lugar

Walter Eudes
10/05/2023
Limoeiro-PE

22/02/2023

O (IN)DESEJADO URSO DE BERLIM

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 14:18

Deus é mais!!
Vai me proteger de participar de um festival de cinema desses.
Meus filmes são artesanais e comprometidos com a memória e cultura do lugar onde vivo – àquela geografia em que posso alcançar com minha bicicleta. Além desses limites, chamem outros.

Neste 2023, mês de fevereiro, o Festival de Berlim faz honras ao rapaz de televisão da Ucrânia e a grandes cineastas iranianos reprimidos e presos. Dos iranianos, a solidariedade artística é natural justo por ser cinema o campo dos detidos e dos que estão em Berlim no festival. Quanto ao rapaz da Ucrânia é televisão a área dele… Mesmo sendo audiovisual, mesmo sendo imagem e som, o rapaz não faz cinema… Me pergunto porquê artistas vão se meter numa crise dessa?!
A imagem espetacularizada é de uma comoção realmente intensa. Fisga o público em todos os sentidos. Absorve a atenção ao máximo deste público. O rapaz discursou em Berlim (via vídeo) e se comparou a Davi enfrentando Golias… Levou guerra pra sala de cinema. Pós o lúdico, o criativo, o crítico, reflexivo, emotivo e filosófico abaixo de conseguir mais bombas e tanques de guerra (que é a atual campanha ucraniana (Zelensky) pelo mundo). Há nada pior que isto para interagir com arte??
Eu quero é distância dessa gente absurda que toma qualquer fama como glamour a se referenciar, credenciando pré -aplausos a qualquer fala que o “bonitinho e desenrolado” da vez disser. Uma moda perigosíssima que só sustenta barbaridades.
Isto me lembra os pistoleiros famosos da minha região que dispunham de respeito e reverência no século passado. Antes da criatura falar, tava todo mundo já concordando em silêncio. Era um misto de temor com admiração , criando um messianismo em torno do famoso assassino (abominável isso)..

Na referência do troféu do festival em pauta, de urso eu quero distância! Bicho feroz e de instinto matador, que se sente ameaçado de vida por qualquer pantin. Eu vou me trocar com um bicho desses? Deus me livre!

Walter Eudes
Pernambuco
22/02/2023

04/02/2023

MUDANÇAS DA SOCIEDADE

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 12:58

Não vão ser apenas tecnológicas as transformações da sociedade, mudando o modo em que o ser humano lida consigo mesmo, com a natureza (hábitat), com os outros seres humanos. Que de se dizer “o mundo está diferente”, diz-se geralmente de mudanças tecnológicas que fazem reviravolta nas populações… Imagine-se o mundo antes da penicilina, da energia elétrica, do telefone, do avião… Mais remotamente, o mundo antes do livro impresso, dos navios transcontinentais europeus, do arado… Milenarmente diga-se : como era a humanidade antes da roda?

Como que “paralelo” a grandes mudanças de mundo, valores humanos estão também em transformação… Não refere -se aqui a aspectos transitórios e superficiais como moda de roupas, gostos populares de música, dança, alimentos… Diz-se de conceitos densos, tomados por preferência e que ao passar de anos, de algumas décadas, por intensas vivências sociais caem em desuso e/ou até desprezo. Veja-se as propagandas da Agência Oficial de Turismo do Governo Brasileiro nos anos 70 do século passado (foto abaixo) e perceba-se o notório apelo de mercantilização do corpo feminino. Uma exposição à vunerabilidade às mulheres brasileiras em se tratando de vivências sociais com estrangeiros. Como que “atrativo turístico”. E isto com intensa “naturalidade” de toda sociedade, por certo com algumas vozes dissonantes devidamente abafadas e escaneadas pelo discurso hegemônico de então… Este um aspecto clarissimo de mudança social, onde hoje, século XXI não comporta esta “coisificação” da mulher, e da mulher brasileira.

Não fácil nem simples ocorre esta mudança. E, junto a atual repulsa (sensata) de apresentar a mulher brasileira como “atrativo turístico”, cai ao passado, entra em desuso, várias outras práticas e valores sociais que estavam em consonância com este exemplo…

Walter Eudes

Limoeiro-PE 03/02/2023

28/01/2023

A CERCA DO QUE É E DO QUE NÃO É PASSADO

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 13:33

O progresso acelerou as conclusões da história… Que, quando em tempos remotos, as etapas da história transcorriam em alguma morosidade através de muitas gerações… Daí que são seculares ou milenares as configurações políticas – Idade média, Império Romano, duram vários séculos… A cada período extenso da antiguidade lentamente vão se confrontando visões de mundo; lentamente as grandes batalhas ocorrem através de várias gerações… E então a superação do mau se dar em tempos longicuos de modo definitivo e consolidado!! E não se vê o ressurgir de práticas maléficas… Onde uma inquisição na atualidade? Também, onde tráfico negreiro? São práticas expurgadas por séculos de esforços. De sofrimentos e de algum (tosco) amadurecimento da humanidade…
Mas como firmar “tempos passados” a vivências recentes? De décadas apenas? Ora! Não é passado!! (O será, oxalá!!). Há continuidade entre gerações próximas de valores e percepções de mundo, de vida… Se em duas, três, quatro gerações não ocorreu o transpor ainda do TEMPO HISTÓRICO. Há ainda em hiatos de décadas, até mais de século, uma continuidade , um nexo, DO PRESENTE COM O PASSADO RECENTE…
Se, fala-se de intensos conflitos, antigos “atores” nomeam “sucessores” a defender e propagar suas idéias e ideais … De modo que às primeiras décadas do século XXI há tão somente uma continuidade de todo o século XX ao menos – se não o século XIX também em proeminência. Às perceptivas de estrutura social -econômica -politica atuais, sem dúvida existe um bloco histórico iniciado por volta dos meados do século XVIII ainda inconcluso… Por isso um Imanuel Kant é tão necessário ainda…

Perceba-se pós, o imediatismo do século XX, com um arcabouço tecnológico colossal e note-se a rapidez com que “cenários” humanos, políticos e geopolíticos se transformaram… Note-se ao comparar com o mundo antigo e medieval a diferença temporal do que em séculos ou milênios era necessário às grandes mudanças, ocorrem no contemporâneo em poucas décadas, às vezes poucos anos…
Então, entendendo a rapidez da contemporânedade e o “ritmo da história” , lento por natureza, sabe -se que o vivenciado por gerações imediatamente anteriores à(s) atual(is) É O MESMO TEMPO HISTÓRICO!… Ou seja, TUDO É PRESENTE SE O TEMPO É POUCO.
Daí haver uma continuidade direta dos trágicos acontecimentos bélicos da primeira metade do século XX com as vivências das imediatas gerações posteriores… E pesa a responsabilidade de quem à consciência histórica chega de não cessar no refutar, de vencer o mau supremo… Porquê, repita -se, AINDA NÃO EXISTE PASSADO CONSOLIDADO.

Como fazer o enfrentamento das ressurgências do “mau banalizado”?
Como refutar conceitos e preconceitos “iberrnados” por algumas décadas, nutridos e ansiosos por de novo tomarem proeminência?

São muitas as estratégias de enfrentamento do mau institucionalizado… Uma delas é pensar sobre a história e conferir a cada “ator histórico” sua cota de responsabilidade à civilização ou sua cota de responsabilidade à barbárie.

Walter Eudes
27/01/2023

08/01/2023

O SÉCULO CINZENTO

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 15:21

Foi o século XX. Por imagens fotográficas estáticas ou cinéticas que registrou pessoas, lugares, coisas e a natureza em tons de cinza e em preto e branco. Ou era assim ou não era nada. Antes da chegada tecnológica das cores nas imagens, a alegria de receber um cartão postal de uma rua de um lugar distante com todos os detalhes de um ângulo de visão era incrível, claro. Igualmente foto pessoal de uma pessoa próxima. Também assistir um enredo encenado ou imagens de lugares distantes com pessoas, ruas, habitações, etc que o cinema propiciava era igualmente incrível! E por uns 50(cinquenta) anos ou era as imagens em preto e branco ou não era nada.
E que memória coletiva firmou-se na inconsciência coletiva das pessoas de hoje deste século, o XX? Um tanto acabrunhado, opaco, triste e às vezes sem graça. Toda a iconografia de imagens da primeira metade do século XX praticamente, bem como fins do XIX nos trazem esta falsa impressão involuntária…
Claro, ao nos pormos em apuro de percepção, de esforço dedutivo, lembramos/sabemos que as cores sempre existiram!!
Assim, com o “mau costume” de algum preconceito ao (pseudo) cinzento século XX, particularmente sua primeira metade, nos impressionamos quando vemos o que talvez seja próximo à realidade das cores…
Como nos mostra estas fotos…
A primeira, original, a segunda manipulada por colorização.

RUA DA IMPERATRIZ, Recife-PE Brasil -1953 (fotos do acervo do Instituto Ricardo Brenan)

25/11/2022

A TRANSFORMAÇÃO DO CAPATAZ

Filed under: Arquivo Geral — waltereudes @ 12:35

(pequeno conto em alguns capítulos)

CAPÍTULO I

A REVIRAVOLTA

Um capataz de um engenho no cerrado, de nome Tarciso Souza Eudes, primo do senhor das terras , de nome Souza Tarciso Ferreira capturou e açoitou um jagunço que andava a espancar, extorquir e explorar no lugar. Desde sempre, jagunços faziam o que queriam, a mando de seus patrões daqui e do estrangeiro que nunca trabalhavam nas terras e só apareciam a cada três meses para buscar o lucro. Os jagunços eram sempre abalizados pelo capataz e seu primo mas neste dia foi diferente… Como de costume naquelas terras, há mais de 200 anos, a vontade do povo não interessava e quem mandava eram as armas e o dinheiro… O jagunço saiu de manhã pra fazer o quê sempre foi feito: TOCAR O TERROR NOS TRABALHADORES. Às vezes, quando exagerava o capataz Tarcísio Souza Eudes dava um aviso de repreenda. E ficava por isso mesmo. Dessa vez foi diferente. O capataz , acostumado a acobertar os jagunços todos do lugar, resolveu prender e punir!! Era o que estava escrito no CÓDIGO DE CONDUTA, “se bagunçar, fazer violência, vai preso e ainda paga multa”, Só que isto nunca foi aplicado!! Na prática, jagunço dava tiro, roubava, estuprava, fazia violência, ignorava a vontade popular e não tinha punição!! FOI ASSIM POR MAIS DE 200 ANOS!!

Então o povo viu o jagunço sendo levado preso e obrigado a pagar multa e não entendeu nada …
“Esse capataz é louco?”
“Esse capataz está fazendo a Lei acontecer… Mas nunca aconteceu isso… Alguma coisa tem aí!”
Outros populares aplaudiam o poderoso capataz que em vez de descer a chibata em quem fugia da agressão do jagunço tava era descendo a lenha no mal feitor jagunço.
E tome chibatada com força!!
Do mesmo jeito que apanhou por mais de 200 anos as vítimas dos jagunços que eram capturados.

Antigamente, uma fujona foi pega e levada para o capataz de então e este autorizou ela ser dada a seu reclamante , Adolf. Lá ela morreu na mão dele. O capataz sabia que isso iria acontecer mas não se importou. Era Olga o nome dela.

Era muito estranho tudo aquilo… Nunca tinha acontecido!! Logo eles, que sempre faziam o que queriam sem serem punidos!! E estavam espumando ódio!! Porquê no entendimento destes jagunços não era para o capataz e o senhor de terras puni-los…

Mas o pior vem agora!
O povo começou a sentir um alívio porquê podia andar sem ser molestado e ficou mais feliz, saudável e disposto a tudo sem aquele jagunço lhe infortunando… Então Tarcísio Souza Eudes, o capataz, resolveu punir os outros jagunços que também faziam maldades.
Aí aconteceu uma greve!! Foi a primeira GREVE DE JAGUNÇOS da história do lugar por mais de 200 anos!! Eles queriam : 1) fazer o que quiser com quem quiser sem ir preso
2) que o capataz diferente saísse do serviço e assumisse um como antigamente para acobertar tudo

FIM DO PRIMEIRO CAPÍTULO

Walter Eudes
Pernambuco
24/11/2022

Ao jornalista Fernando Morais e à professora Monica Campelo

Foto: CAPATAZ PAULISTA EM 1775 (século XVIII)

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